A água de coco é uma das bebidas mais características do País e, seja a opção natural na praia ou a versão industrializada no conforto de casa, o brasileiro tem incluído cada vez mais a bebida em suas escolhas de consumo. Entre novembro de 2018 e novembro de 2019, o produto ganhou mais de 2,5 pontos de penetração no mercado nacional, o que significa que mais de 1,5 milhões de lares passaram a comprar água de coco.
Para consumo fora de casa, os brasileiros desembolsam, em média, R$ 11,41 por uma unidade da bebida, valor 64% maior do que quando é comprada para consumo in home. Nas ruas, a classe AB é a que mais pede água de coco, especialmente no comércio ambulante e em barracas de praia. O perfil deste consumidor é formado também por 57% de mulheres, 48% com mais de 50 anos e 60% que consomem sozinhos. As embalagens menores (200ml) são bastante populares com este público, mas as opções de mais de 300ml também têm ganhado espaço.
Já quando a água de coco vai parar nos carrinhos para consumo em casa, o perfil é diferente. O valor gasto por unidade é, em média, de R$ 7,35 e os atacarejos são o canal preferido. A classe AB1 lidera as compras, assim como famílias pequenas com uma ou duas pessoas e que priorizam embalagens maiores de 331ml ou 1L. "Neste caso, a busca por saudabilidade é o principal fator para a escolha de água de coco industrializada para consumo no lar", analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Insights da Kantar.
A já popular bebida ganha ainda mais força durante o verão. No interior de São Paulo, o volume de água de coco vendida cresceu 35% no verão de 2019 em relação ao inverno do mesmo ano para consumo dentro do lar. Na Grande Rio de Janeiro, o número aumentou em 32% e, na Grande São Paulo, 27%. Quando considerado o consumo fora de casa, os consumidores do Rio de Janeiro não abrem mão deste tipo de refresco nos dias mais quentes. No verão passado, o volume consumido out of home expandiu 44% no estado, 33% na região Sul e 32% em São Paulo em comparação aos meses mais frios do ano.
Além do sabor e da saudabilidade, o crescimento da água de coco no mercado nacional está alinhado também com a priorização dos gastos durante a crise. Cada vez mais, as famílias elegem com cuidado os bens de consumo massivo (FMCG) que vão parar na prateleira e as bebidas, seja ainda por praticidade e indulgência, têm ganhado espaço neste cenário. De 2016 até 2019, o gasto mensal médio com esta cesta passou de R$ 78 para R$ 86. Mesmo período em que a despesa média por mês com FMCG caiu de R$ 972 para R$ 933.