Brasileiro substitui frango por embutidos e hamburguer para driblar a inflação

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Artigo
Gasto do consumidor com as cestas de commodities e perecíveis aumentou mais de 50% em comparação ao pré-pandemia
A inflação nos preços de alimentos e bebidas no último ano levou as famílias brasileiras a mudar a forma de se alimentar. O consumo de frango, por exemplo, vem sendo substituído nas refeições principais do dia por opções de melhor custo-benefício, como linguiças, salsichas e hamburgueres. É o que mostra a nova edição do nosso relatório trimestral Consumer Insights.

Segundo dados do nosso Painel de Uso de Alimentos e Bebidas, as ocasiões de consumo com frango nas refeições principais (almoço e/ou jantar) retraíram 11% nos últimos 12 meses acumulados até junho de 2022 em comparação com o ano anterior, enquanto as com linguiça tiveram um aumento de 21%, as com hamburguer de 23% e as com salsicha de 27%. 

Já os gastos com as cestas de commodities e perecíveis subiram mais de 50% em comparação ao período pré-pandemia. Os gastos com itens básicos do carrinho de compras do brasileiro (cesta de commodities) aumentaram 39% apenas no segundo trimestre de 2022 em comparação com o ano anterior, o que impactou uma retração em unidades compradas de 3%. Já a cesta de perecíveis registrou uma média de 20% de reajuste nos preços e apresentou retração de 2% em unidades compradas. 

Outra estratégia adotada pelo consumidor para economizar é a mescla de categorias de alimentos usadas no dia a dia. A penetração nos lares de misturas lácteas, que têm preço médio de R$ 3,85, por exemplo, aumentou 6 pontos percentuais no segundo trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior, o que representa mais de 3,5 milhões de novos lares compradores para a categoria, enquanto a do leite condensado (preço médio de R$ 5,05 a unidade) caiu 2 pontos percentuais, perdendo mais de 1,2 milhão de lares compradores. 

Na categoria de cafés, o solúvel (preço médio de R$ 8,87) apresentou aumento de 4 pontos percentuais, o que representa mais de 2,4 milhões de novos lares compradores, e o torrado, apesar de mais caro (em média R$ 12,13), ficou estável em ganho de lares compradores, mas apresentou aumento de ocasiões de consumo, porque o consumidor tem feito a mesma quantidade de café render mais porções. 

O consumo de massa instantânea, que custa em média R$ 1,68, menos da metade do preço da massa caseira, cresceu 5 pontos percentuais nas casas brasileiras neste trimestre em relação ao anterior, o que representa mais de 2,9 milhões de novos lares compradores para a categoria.

Os dados do relatório mostram que a principal preocupação do brasileiro neste momento é racionalizar na hora de comprar, buscando opções de melhor custo-benefício ou diluindo o consumo para fazer caber no bolso.
 
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