Aumento dos preços em 12% faz brasileiro racionalizar compras

Embalagens econômicas ganham mais espaço no carrinho de compras para equilibrar gastos
15 fevereiro 2022
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O brasileiro vem fazendo escolhas mais inteligentes para driblar o aumento dos preços de alimentos, bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza. Entre janeiro e setembro de 2021 o preço médio da cesta de consumo massivo cresceu 11,8% em comparação ao mesmo período de 2020, segundo dados do Consumer Insights Q3’21. 

Nossa análise mostra que, por conta do aumento dos preços, os consumidores diminuíram frequência de idas aos canais de venda (-2,1%) e também as unidades por viagem realizada, com uma queda de 1,8% na comparação do período de janeiro a setembro 2021 com o mesmo período de 2020, e um aumento no valor menor do que o dos preços, da ordem de 9,7% nesse mesmo intervalo.

Para as compras caberem no bolso, os brasileiros tiveram que fazer escolhas em 2021. Optaram por embalagens maiores em categorias de limpeza, principalmente em amaciantes, água sanitária e alvejante sem cloro. A cesta de limpeza cresceu 2% em toneladas e se manteve estável (-1%) em unidades. A racionalização está no preço médio. Para embalagens grandes o preço aumentou 6%, mas em unidades aumentou ainda mais (9%) no ano móvel, que são os últimos 12 meses terminados em setembro de 2021 versus o mesmo período de 2020.

Para manter o consumo de perecíveis e mercearia doce, a saída encontrada pelos consumidores foi buscar embalagens menores. A cesta de perecíveis caiu 2% em toneladas e cresceu 2% em unidades, movimento contrário ao da cesta de limpeza doméstica. A cesta de perecíveis teve um aumento de preço de 19% tanto em embalagens maiores como menores. 

A racionalização também acontece muito forte na cesta de mercearia doce, com o consumo de embalagens grandes caindo 4% por conta de um repasse de preço de 14%, enquanto as embalagens menores tiveram aumento de preço de 9%. Os destaques positivos nestas cestas foram frango, leite fermentado, pães industrializados e empanados. Já biscoitos e leite condensado registraram desempenho negativo. 

Cestas de commodities, mercearia salgada e higiene e beleza tiveram desempenhos negativos, tanto em toneladas quanto unidades, o que revela que o consumidor priorizou categorias mais indulgentes e práticas, mesmo com a alta da inflação.

Promoções tiveram papel relevante em 2021, principalmente na cesta de higiene e beleza, que conquistou 1,7% de share entre janeiro e setembro de 2021 versus o mesmo período do ano passado entre a classe AB, o que indica que até mesmo os consumidores de maior poder aquisitivo sentiram o impacto da inflação e tiveram que racionalizar na hora da compra. Promoções de higiene e beleza também foram importantes nas classes C e DE e ganharam 1,3% e 0,8% de share promocionado respectivamente. Mas mesmo as promoções não foram suficientes para o desempenho da cesta, que caiu 2,9% em unidades.

Soma-se ao preço e orçamento familiar a consciência do consumidor, que vem cada vez mais optando por embalagens que causem menos impacto ao meio ambiente e que sejam sustentáveis. Atualmente, os Eco Actives, consumidores que se preocupam muito com o assunto e estão tomando as medidas necessárias para reduzir o desperdício, representam apenas 8% da população brasileira, mas têm um impacto na cesta de consumo massivo de R$ 7,9 bilhões. 

O grupo vem crescendo desde 2019, e as projeções indicam que ele representará mais da metade (56%) da população mundial nos próximos 10 anos. No Brasil, um em cada cinco consumidores terá esse perfil. Para as marcas, além dos desafios do bolso, há um desafio junto a um consumidor cada vez mais informado e engajado.


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