As novas regras para rotulagem de alimentos, que entraram em vigor no Brasil em outubro de 2022, devem levar a uma mudança no comportamento dos shoppers de alimentos e bebidas, assim como aconteceu em outros países latinos. Entre as maiores mudanças está a rotulagem nutricional frontal.

Nossos dados mostram que 1/3 dos latinos estão altamente preocupados com sua saúde e vêm fazendo mudanças nos hábitos alimentares, e 66% deles leem os rótulos dos produtos alimentícios. A maioria está mais preocupada com a quantidade de açúcares (22%), seguido de sódio (19%), e calorias (18%).

Comportamento do shopper onde a lei já foi implantada

A experiência dos países vizinhos mostra que ela a lei trouxe novos comportamentos para os shoppers. No curto prazo, 50% dos chilenos e 29% dos equatorianos que tiveram contato com os novos rótulos mudaram seus hábitos, abandonando ou diminuindo a frequência de aquisição. No Equador, os chás prontos foram os que mais sofreram retração em penetração (-7 pontos). Antes da lei, eles eram considerados uma opção saudável ao refrigerante e com a aplicação do novo rótulo, os consumidores perceberam que as categorias apresentam os mesmos níveis de açúcares. No Chile, biscoitos doces sofreram uma retração de 9% em volume após a nova lei (2015 vs. 2016).

Os países com maiores níveis socioeconômicos foram os que mais fizeram essas mudanças . No entanto, no longo prazo, os produtos impactados pelo comportamento dos shoppers frente à adoção dos novos selos apresentam alguma recuperação.

A nova lei prevê que produtos lançados após outubro de 2022 deveriam vir com o rótulo no novo formato e itens já disponíveis no mercado têm ainda de um a três anos para a adequação.