O consumidor brasileiro se destaca por um comportamento reativo em relação à saúde. Ou seja, com maior propensão a buscar soluções pontuais, como analgésicos, do que a adotar ações preventivas, como o uso regular de vitaminas. É o que revela uma nova pesquisa da Worldpanel by Numerator, que mostra o Brasil liderando a América Latina em penetração de analgésicos, com mais de 25 pontos percentuais de vantagem sobre outras categorias.
No Brasil, 45% da população pertence ao grupo mais passivo, um percentual significativamente acima da média latino-americana de 30%. Esse dado ajuda a explicar o protagonismo dos analgésicos na cesta nacional e o menor peso de categorias preventivas, como as vitaminas — que têm mais destaque em mercados como Colômbia e Equador.
O e-commerce também ganha relevância, especialmente entre os health actives, para quem esse canal tem uma importância 28% superior à média.
Um dado que ilustra essa tendência é o uso de canetas emagrecedoras: 3% dos brasileiros afirmam utilizá-las para manter o peso, e essa taxa é 86% maior entre os que se preocupam com a aparência — superando até fatores como doenças hereditárias. Isso reforça o perfil reativo já observado, com uma busca por soluções rápidas e de menor esforço.
Perfis de autocuidado no Brasil
Com base em hábitos de compra e autocuidado, o estudo classifica os brasileiros em três perfis: os chamados health actives, que são comprometidos com rotinas saudáveis; os health moderates, que mantêm uma disciplina moderada; e os health passives, que demonstram pouco engajamento com práticas de saúde.No Brasil, 45% da população pertence ao grupo mais passivo, um percentual significativamente acima da média latino-americana de 30%. Esse dado ajuda a explicar o protagonismo dos analgésicos na cesta nacional e o menor peso de categorias preventivas, como as vitaminas — que têm mais destaque em mercados como Colômbia e Equador.
Mercado de OTC no Brasil: crescimento apesar do perfil reativo
Apesar do perfil reativo, o mercado brasileiro de OTC (produtos isentos de prescrição médica) segue em expansão. Em 2024, 344 mil novos lares passaram a consumir a categoria, que hoje alcança 42 milhões de domicílios. O volume médio por compra aumentou 5,6%, com cerca de 45 doses por aquisição, e a frequência gira em torno de quatro compras por ano.Canais de compra: Farma ainda lidera, mas diversificação cresce
O canal Farma continua sendo o principal ponto de venda, mas o setor vem se tornando mais competitivo com a diversificação dos canais. Higiene & Beleza já representa 53% das compras desse canal, enquanto Alimentos & Bebidas responde por 15% da participação.O e-commerce também ganha relevância, especialmente entre os health actives, para quem esse canal tem uma importância 28% superior à média.
Saúde Física e Mental: interdependência e novas preocupações
O comportamento do consumidor brasileiro também reflete a interdependência entre saúde física e mental. Embora 56% declarem sentir-se bem em ambas as dimensões — em linha com a média latino-americana — o Brasil está à frente apenas de Chile (45%) e Argentina (39%). Preocupações como solidão, envelhecimento e aparência têm maior peso no Brasil do que em outros mercados da região.Um dado que ilustra essa tendência é o uso de canetas emagrecedoras: 3% dos brasileiros afirmam utilizá-las para manter o peso, e essa taxa é 86% maior entre os que se preocupam com a aparência — superando até fatores como doenças hereditárias. Isso reforça o perfil reativo já observado, com uma busca por soluções rápidas e de menor esforço.