Preços de alimentos no Brasil subiram 11,71% durante 2021, de acordo com o IPCA do ano. Isso muito provavelmente influenciará o que as famílias escolherão para as mesas de jantar do período de festas, levando-as a gastar menos do que normalmente fazem, ou para mudar para categorias mais baratas.
Dados Kantar extraídos de 8.000 entrevistas mostram que, em 2020, de todos os lares brasileiros que fizeram jantares e festas de final de ano, apenas 52,9% consumiram proteínas comemorativas tradicionais, como chester ou peru. No ano anterior, essa porcentagem era 56%.
O share de famílias que misturaram as proteínas sazonais mais caras com proteínas mais baratas subiu de 33,5% em 2019 para 39,3% em 2020. Esse ano, pratos típicos que são preparados com chester, peru ou outras aves especiais, provavelmente diminuirão ainda mais. Esses produtos podem até estar nas ceias, mas em quantidades menores e em conjunto com outras proteínas como linguiça, carne suína, carne bovina e peixe.
Ano passado, aves comemorativas foi a categoria de proteínas comemorativas menos comprada (29,3% de share em volume – caindo de 37,6% em 2019), sendo escolhida principalmente para os brasileiros de maior poder aquisitivo. Carnes bovinas, por outro lado, foi a categoria que mais ganhou share em volume, tanto no período do Natal, quanto no Ano Novo (26,5% versus 22,3% no ano anterior), por causa de crescimento de churrasco como forma de celebração no final do ano. Essas ocasiões chegaram a 38% dos lares que celebraram, capturando 24% do total de proteínas consumidas para comemorações.
Nossos dados também mostram que 19% dos lares brasileiros não celebraram as festas de final de ano de nenhuma maneira em 2020. Para a maioria deles (62%), era a primeira vez que não comemoraram e a decisão foi tomada majoritariamente por causa da COVID-19. Orçamento reduzido foi a segunda maior razão para não comemorar o Natal (16%) e o Ano Novo (14%).
A situação econômica desfavorável no Brasil também será refletida na troca de presentes de Natal entre familiares e amigos. As pessoas podem não diminuir o número de presentes, mas provavelmente escolherão presentes de preços mais acessíveis: esse foi o caso para 41% dos lares no ano passado.
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