A chinesa Moutai é a marca de bebidas alcoólicas mais valiosa do mundo. Ela cresceu 103% no último ano e atingiu um montante de US$ 109,3 milhões. Os dados são do BrandZTM Marcas Globais Mais Valiosas 2021, produzido pela Kantar, líder em dados, insights e consultoria. Anualmente, a empresa analisa os movimentos do mercado e entrega tanto um ranking geral como recortes de categorias.
A Moutai é um baijiu (licor) feito à base de sorgo produzido pela Kweichow Moutai. Uma garrafa de meio litro custa em média 1.498 yuan (cerca de R$ 1.250). A marca vem sendo adquirida, principalmente, por integrantes da crescente classe média do país, que buscam a sensação de luxo e o status que seu consumo traz.
O sucesso da Moutai contribuiu com o crescimento do segmento como um todo. De acordo com o BrandZTM, as 20 maiores companhias de bebidas alcoólicas totalizaram US$ 245,3 milhões, o que aponta uma alta de 49% em relação ao ranking de 2020. O valor ainda posiciona o setor acima de categorias como Cuidados Pessoais, Automóveis e Luxo.
Destaques da categoria
Outras marcas que aparecem no ranking de bebidas alcoólicas da Kantar merecem destaque. É o caso da Wu Liang Ye, baijiu feito com cinco grãos orgânicos e fabricado pela Wuliangye Yibin, concorrente direto da Moutai. A companhia ocupa a terceira posição da categoria, com valor de mercado de US$ 14,5 milhões.
A mexicana Corona, por sua vez, reforçou seu posicionamento graças a um lançamento. Trata-se da Corona Hard Seltzer, água com gás alcoólica saborizada que está fazendo muito sucesso nos Estados Unidos, a ponto de render US$ 40 milhões para a empresa. No México, o aumento nas vendas em mercearias e lojas de bebidas cobriu a queda de 50% nos restaurantes. No BrandZTM, a marca ocupa a sétima colocação, com US$ 8,8 milhões.
Desafios do setor
De forma geral, 2020 foi um ano difícil para as marcas de bebidas alcoólicas. A perda do mercado hoteleiro e o fechamento de bares e restaurantes fez com que grandes empresas brigassem diretamente com companhias artesanais para ganhar espaço no carrinho de compras dos clientes.
No escopo do marketing, as marcas deixaram de depender de grandes festivais de música e campeonatos esportivos. Em vez disso, precisaram se adaptar a ocasiões do dia a dia. Isso porque, neste ano, as bebidas foram consumidas mais em jantares caseiro do que em noitadas na cidade.
Nesse contexto, as empresas usaram diferentes estratégias para se tornarem competitivas. Algumas delas optaram por inovação e saborização. Para aproveitar o boom das Hard Seltzer em mercados como Estados Unidos, Canadá e Austrália, a Smirnoff, por exemplo, apostou em um kit com 12 sabores da Smirnoff Seltzer, incluindo laranja, pêssego, amora e piña colada.
Outras marcas tentaram enfatizar a sensação de “bem-estar”, atraindo um público que cuida de sua dieta. Aqui, a ideia foi oferecer bebidas com baixo acréscimo de açúcar e quantidade de calorias, para que as pessoas se sintam menos culpadas no consumo.