As Marcas Globais Mais Valiosas alcançaram o valor de US$ 10,7 trilhões em 2025, segundo a 20ª edição do Kantar BrandZ Global, um crescimento de 29% em comparação ao ano anterior. Desde 2006, mais de US$ 9,3 trilhões foram adicionados ao Top 100 Global da Kantar.
A Apple mantém a sua posição no topo pelo quarto ano com um valor de marca de US$ 1,3 trilhão, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. A única a chegar ao trilhão de dólares, ela representa mais de 12% do valor total do ranking.
A edição de aniversário de 20 anos mostra que marcas disruptivas impulsionam seu valor no longo prazo: aquelas que desafiaram e transformaram suas categorias representam 71% do valor total do Top 100 desde 2006. Algumas representantes neste ano são as estreantes Stripe, plataforma de serviços financeiros, Chipotle, rede de restaurantes, (nas posições 85 e 86, avaliadas em US$ 26,127 e US$ 26,125 bilhões respectivamente) e ChatGPT, em 60º lugar, avaliada em US$ 43,5 bilhões.
As marcas inovadoras acompanham as necessidades dos consumidores ou as redefinem inteiramente e têm remodelado o Top 100 Global nas últimas duas décadas. As mais bem-sucedidas, por exemplo, como Apple, Amazon, Google e Microsoft, há muito se afastaram da sua base de produtos original.
A ascensão dramática do ChatGPT mostra como uma marca pode ganhar fama e influenciar a sociedade a ponto de mudar as nossas vidas diárias. Mas com a concorrência acelerada da IA generativa, a OpenAI precisará investir na sua marca para preservar o seu impulso como pioneira.
Marcas são construídas com base na exposição e nas experiências contínuas. Portanto, as mais bem-sucedidas são consistentes nas suas mensagens e reconhecem os seus valores intangíveis na mente dos consumidores.
Segundo, Martin Guerrieria, diretor da Kantar BrandZ, as empresas mais inteligentes diferenciam as suas marcas a ponto de os consumidores estarem dispostos a pagar um valor premium, porque conseguem manter ou sobreviver a aumentos de preços sem prejudicar a procura. Isto é crucial para proteger as margens quando enfrentam pressões externas.
Marcas de tecnologia no topo
Além da Apple, outras marcas de tecnologia tomaram conta do top 5, com Google (US$ 944 bilhões, crescimento de 25%), Microsoft (US$ 884 bilhões, +24%), Amazon (US$ 866 bilhões, +50%) e NVIDIA (US$ 509 bilhões, +152%).
Instagram e TikTok são dois destaques das 10 primeiras marcas, registrando um crescimento impressionante de 101% e 25%, respectivamente. Elas refletem a influência contínua das redes sociais na formação dos hábitos dos consumidores e na entrega de vendas de comércio eletrônico direto ao consumidor para marcas e influenciadores globalmente.
Em um mundo de saturação digital e expectativas cada vez mais exigentes dos consumidores, as marcas precisam atender às necessidades das pessoas, conectar-se emocionalmente com elas e oferecer algo que outros não oferecem para ter sucesso. Elas precisam ser não apenas diferentes, mas significativamente diferentes. O domínio de marcas como Apple, Instagram e McDonald’s sublinha o poder de uma experiência de marca consistente com a qual as pessoas podem se relacionar e lembrar.
Confira abaixo o TOP 10 completo.
Classificação 2025 |
Marca |
Valor da Marca 2025 (US$) |
Variação Anual (%) |
1 |
Apple |
1,29 trilhão |
28% |
2 |
|
944,1 bilhões |
25% |
3 |
Microsoft |
884,8 bilhões |
24% |
4 |
Amazon |
866,1 bilhões |
50% |
5 |
NVIDIA |
509,4 bilhões |
152% |
6 |
|
300,6 bilhões |
80% |
7 |
|
228,9 bilhões |
101% |
8 |
McDonald’s |
221 bilhões |
0% |
9 |
Oracle |
215,3 bilhões |
48% |
10 |
Visa |
213,3 bilhões |
13% |
Outras tendências do ranking de 2025
As marcas dos EUA agora compreendem 82% do valor total do Top 100 Global, em comparação com 63% em 2006, mas há um aumento entre as marcas chinesas: elas duplicaram o seu valor ao longo dos últimos 20 anos, representando 6% do valor total deste ano. Enquanto isso, marcas europeias representam apenas 7%, uma queda considerável dos 26% em 2006.
Fora dos EUA, algumas marcas foram destaque: o Spotify da Suécia, que reentrou no Top 100 Global na posição 76 (US$ 29,6 bilhões); a Airtel da Índia, marca de telecomunicações chega ao 66º lugar (US$ 37,1 bilhões); a argentina Mercado Libre, a única marca da América Latina no Top 100 Global em 50º (US$ 49,8 bilhões); a espanhola Zara, que subiu cinco posições para 65º (US$ 37,2 bilhões); e o RBC do Canadá, que registou o maior crescimento anual de valor de marca (43%) de qualquer marca de serviços financeiros fora dos EUA, na 59ª posição (US$ 44,1 bilhões).
O varejo continuou a sua subida pós-pandemia, com o valor total do setor crescendo 48%, à medida que o comércio eletrônico e as marcas próprias criam valor para os consumidores em tempos de inflação.
Em contraste, os valores das marcas em categorias de consumo como vestuário (0%), alimentos e bebidas (-1%) e cuidados pessoais (-5%) permaneceram estáveis ou diminuíram, embora marcas como Uniqlo, Coca-Cola e Dove estejam crescendo e superando concorrentes.
Já bebidas alcoólicas (-11%) têm estado sob pressão devido à redução do consumo, especialmente entre as gerações mais jovens que se concentraram mais na saúde e bem-estar, incluindo o aumento do consumo de bebidas com baixo/nenhum teor de álcool. A fragmentação entre destilados e cervejas artesanais também influencia na diluição das marcas mais tradicionais desse setor. Duas marcas brasileiras estão presentes no top 20 dessa categoria, com Brahma (9º lugar, US$ 6,6 bilhões) e Skol (12º lugar, US$ 6,1 bilhões), crescendo duas posições cada.
O setor de luxo, um dos poucos setores que cresceram durante os anos de pandemia, caiu 2% em 2025. Isso deve-se em parte à menor procura na China, onde o questionamento sobre as exibições de riqueza e extravagância mudou a preferência dos consumidores para experiências em vez de símbolos de status.