Evolução da pandemia pode levar o consumo domiciliar para diferentes caminhos

Chegada da variante Ômicron traz incertezas para o consumo
19 dezembro 2022
pessoa compras mascara
Entre em contato
Com o aparecimento de casos de nova variante Ômicron no Brasil e muitas dúvidas sobre ela, surge o temor de novos períodos de isolamento social no país.  A Kantar criou três cenários para o mercado de bens de consumo massivo com base na taxa de contágios de Covid-19 e diferentes estágios da pandemia.
 
No primeiro e mais otimista deles, uma redução em 5,8% ao mês nos novos casos e, portanto, com mais gente nas ruas, faria com que as vendas dos produtos do setor para consumo dentro de casa retraíssem 2,5% em valor. Já o segundo prevê estabilidade tanto nos números de contaminações quanto no valor, que seria de apenas +1,6%, porém com tendência de aumento do gasto médio por viagem e da frequência de ida aos pontos de venda. Por fim, em um cenário pessimista, com 24% de aumento nos novos registros e retorno ao pico da pandemia, o consumo domiciliar subiria 3,9% em valor, tanto com maior tíquete médio quanto com maior frequência de consumo dentro de casa.

No que se refere aos canais de venda, o varejo moderno e o atacarejo seriam os mais beneficiados no cenário pessimista, com compras de vizinhança e estocagem de alimentos.

Em um novo cenário de restrições, o consumo fora do lar certamente seria afetado negativamente. No 2o trimestre de 2020, pico do isolamento social, por exemplo, o consumo Out Of Home retraiu 17% em comparação ao período pré-pandemia. Mesmo com o avanço da vacinação e o retorno dos consumidores às ruas este ano, a frequência ainda é uma barreira para a recuperação de padrões pré-pandemia, está negativada em 4,6%, comparando o terceiro trimestre de 2021 com o do ano anterior.  Com poder de compra cada vez menor – por causa dos aumentos dos preços –, o gasto médio dos brasileiros diminuiu 12% fora de casa. O volume médio de consumo caiu 15,8% e a frequência apresentou queda de 12,4%. Os números são referentes aos últimos 12 meses, terminados em setembro de 2021, contra o mesmo período do ano anterior.

O consumo fora de casa vem ocorrendo principalmente entre adultos de 18 a 29 anos (crescimento em valor de 26,1% no terceiro trimestre de 2021 versus 2020) e que pertencem às classes A e B (14,4%). Esse público prefere se dirigir a restaurantes, fast foods e pizzarias para degustar pratos e refeições. Outro grupo que também retorna a esses mesmos canais são os compradores com mais de 50 anos – crescimento de 15% em valor – que fazem parte da classe C.

É válido destacar que essa retomada acontece em todas as capitais brasileiras, com alta de 12,7% em valor no território entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021. São Paulo foi a principal cidade a puxar os dados, contribuindo com 5,8% no crescimento do consumo fora de casa. Os grandes municípios do Nordeste também colaboraram para o resultado: +3,4%.

Para traçar as melhores estratégias, as marcas precisarão levar em consideração os desempenhos da nova variante Ômicron a eficácia da vacinação frente a nova variante, a possibilidade de novas restrições à mobilidade, que geram sempre mudanças no comportamento dos compradores. A recuperação do consumo fora do lar vai depender deste e de outros fatores, como desemprego, renda e auxílio emergencial.
Entre em contato
Conteúdos Relacionados

Consumidor latino-americano está mais preocupado com embalagens e produtos eco-friendly